Obscura: Algumas Câmeras e Suas Imagens
Em cartaz de 23/fev a 30/mar/2019
Vivemos hoje em um mundo cheio de estímulos no qual perdemos a conexão com os nossos sentidos a tal ponto que olhamos sem ver, fotografamos sem olhar, ouvimos sem escutar, tocamos superfícies altamente tecnológicas sem sentir e usamos dispositivos quase sem pensar.
Paralelo a esta desconexão, alguns artistas apontam para uma vontade de se reconectar a uma experiência material através de um movimento de acessar o básico e o originário. Esses artistas escolhem trabalhar com o mais simples dos aparelhos fotográficos: a câmera pinhole, construída artesanalmente sem o uso de lentes objetivas. Como toda câmera, ela produz imagens a partir do fenômeno da câmara obscura.
O princípio da câmara obscura é o fenômeno ótico responsável pela formação da imagem no interior de todos os dispositivos produtores de imagens, seja uma câmera analógica, digital ou mesmo um smartphone. Qualquer lugar ou recipiente totalmente escuro, em que a luz penetre no seu interior por um pequeno orifício, é capaz de formar uma imagem. As características do ambiente e da superfície onde a luz é projetada influenciam diretamente as qualidades da imagem, ampliando o leque de possibilidades – materiais e conceituais – a se considerar em um projeto fotográfico com câmeras artesanais.
Nesta exposição, as câmeras são apresentadas como protagonistas: os artistas projetaram suas câmeras como parte do percurso para a criação da imagem desejada, revelando, assim, algumas possibilidades artísticas e conceituais da criação de aparelhos produtores de imagens.
FICHA TÉCNICA:
Pesquisa e Curadoria: Ana Angélica Costa
Expografia: Ana Angélica Costa e Mariana Vilela
Programação visual: Camila Almeida
Produção: Hélio Carvalho
Ana Angélica Costa
Artista visual, pesquisadora e produtora cultural, mestre pelo PPGArtes da UERJ, especialista em História da Arte e da Arquitetura no Brasil pela PUC-Rio, e graduada em Educação Artística com habilitação em História da Arte pela UERJ.
Possui MBA em Gestão e Produção Cultural pela FGV. Uma das fundadoras do Projeto Subsolo, produtora de arte com foco em fotografia e arte contemporânea que atuou no Rio de 2005 a 2015. Possui ampla pesquisa em fotografias feitas com câmeras pinhole e experimentos com câmeras obscuras.
Em 2013 desenvolveu a caixa Continente: Pinhole, e foi contemplada com o XIII Prêmio Marc Ferrez de Fotografia Funarte e com o Edital de Fomento de Artes Visuais da Prefeitura do Rio de Janeiro para desenvolver a publicação Possibilidades da câmera obscura, lançada em 2015. No mesmo ano mudou-se para Campinas e fundou a Câmera Lúcida (www.cameralucida.com.br).
Em 2017 foi responsável pela Curadoria do eixo Imagem Mágica dentro do Festival Hercule Florence de Fotografia. Tem obras na Coleção Joaquim Paiva, em comodato com o MAM-Rio e já participou de diversas exposições coletivas e individuais.